Ir. Míria - Algumas
avaliações e conclusões
por
João Galilei
www.teologiaanalogica.blogspot.com
1 – Introdução
2 – 50 anos de
sacerdócio do Mons. Luiz Marques Barbosa
3 – Vídeo
Proibido
4 – Curso de
Canto Pastoral de 1985
5 – Cursos de
1986 a 1999
6 – Cursos no 3o
Milênio
7 – Resumo das
avaliações
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1)
O meu temor com relação a escrever um texto muito longo, levando em conta a
possibilidade de que as pessoas não disponham de tempo suficiente para ler e
tirar conclusões, fez com que eu escolhesse, em primeira mão, um texto bastante
compacto [20]. Porém pretendo, nesse
item de avaliações e conclusões, acrescentar mais informações que sejam
pertinentes ao caso.
Por
exemplo, a Fig. 7, que é uma das páginas de nossas agendas, demonstra que a
amizade que foi consolidada entre nós e a Ir. Míria não aconteceu casualmente,
ou seja, como bem explica o ditado: “A amizade é um caminho que precisa ser
pisado muitas vezes”. Essa visita nossa à cidade de Santos-SP para aproveitar
uma noite do Encontro de Música Sacra da Ir. Míria, em 07/07/00, nos trouxe a
frustração de ver a Ir. Míria não ser atendida na sua súplica, quando pediu
encarecidamente ao responsável pelo evento que permitisse a nossa entrada. Nos
ofereceram uma sopinha como consolação. Voltamos imediatamente para o Rio de
Janeiro, violão às costas, e continuamos nossas atividades normais. Logo a
seguir, comparecemos ao Curso de Canto Pastoral no Rio de Janeiro, onde se pode
ver a dedicatória da Ir. Míria no canto inferior direito da capa da apostila
(Fig. 8).
O antídoto para
a frustração, no nosso caso, foi acreditar que a amargura das situações pode se
transformar num prazeroso aprendizado. De fato, ao escrever o texto sobre Mt
23, vi que a situação se encaixa perfeitamente no comportamento dos prosélitos [1].
2)
Estivemos na festa de 50 anos de sacerdócio do Mons. Luiz Marques Barbosa, em
Arapiraca, no dia 15/08/01. Não o conhecíamos, mas fomos informados pela Ir.
Míria, durante o Curso, de 24 a 27/07/01, no Rio de Janeiro, de que ela estaria
em Arapiraca, para a festa de um amigo, junto com outros participantes dos
cursos de canto, e seria uma boa oportunidade para nos encontrarmos novamente.
De
fato, verificamos as presenças de Frei Joel Postma. Pe. Ney Brasil, Cônego
Amaro, e até do Mons. Geraldo Villas-Boas (Da Paróquia S. Rita, bairro do
Farol, Maceió). Aproveitei para visitar o Pe. Aldo, que foi nosso catequista na
Capela de S. Antônio, no bairro do Jacintinho, Maceió, por volta de 1952. Ele
era pároco da principal igreja de Arapiraca (Ver Fig. 9).
As
evidências documentais deste episódio nos faz perceber que houve sempre uma
certa empatia entre nós e a Ir. Míria.
3)
Além do vídeo apresentado durante o julgamento do Mons. Luiz Marques Barbosa,
que embora muito desagradável, pode ser encontrado e visto na Internet, após
uma busca minuciosa, os incrédulos podem também encontrar inúmeros textos, na
Internet, sobre o depoimento dos implicados, como o que mostramos após a Fig.
9, em itálico e negrito [12]:
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Fig. 7 – Uma página
da nossa agenda, em 07/07/00.
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Fig. 8 – Capa da
Apostila do Curso de 17 a 21/07/00.
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Retirado
do UOL, Notícias, Quotidiano, em 18/04/10.
Monsenhor admite sexo com
coroinha, se compara a Jesus e diz que bispo sabia dos casos
Carlos
Madeiro<br>Especial para o UOL Notícias<br>Em Arapiraca (AL)
18/04/2010 20h42
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O monsenhor Luiz Marques Barbosa reconheceu que manteve relações sexuais
com um ex-coroinha, mas negou a prática de pedofilia. Ele prestou depoimento na
tarde deste domingo (18) a integrantes da CPI (Comissão Parlamentar de
Inquérito) da Pedofilia, no Fórum de Arapiraca (AL), pediu “perdão pelo pecado”
e se comparou a Jesus Cristo. “Renova-se em mim o que ouvi na Sexta-feira
Santa, que foi Jesus dizendo: ‘tiraram minha roupa, cuspiram sobre mim e me
crucificaram’. É isso que estou passando”, relatou, para, em seguida, pedir
perdão aos presentes ao depoimento. “Queria pedir que atendessem ao meu clamor:
perdoem-me! Já me confessei a Deus também”.
CPI da Pedofilia
Monsenhor Luiz Marques Barbosa (à esq.) presta depoimento atrás de 15
garrafas de bebidas alcoólicas que foram apreendidas em sua casa
O monsenhor foi flagrado em vídeo fazendo sexo com o ex-coroinha Fabiano
Silva Ferreira, à época com 18 anos. As imagens foram exibidas ao público
durante o depoimento. “Foi o único ato que pratiquei”, alegou.
Barbosa foi o segundo pároco a reconhecer as denúncias de abuso – neste
sábado (17), o padre Edílson Duarte reconheceu que fez sexo com adolescentes.
O monsenhor voltou a fazer comparação com Jesus em momento do depoimento, ao ser dizer traído pelos ex-coroinhas. “Lamento que essas acusações tenham partido de pessoas que comeram naminha mesa, assim como Jesus disse: ‘eles que comeram do meu pão é que me traíram’. Eles estão aqui na minha frente e, não sei se por fraqueza, agora eles me atiram pedras”, disse.
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Luiz Marques ainda confirmou que tinha informações de que o padre
Edílson Duarte abusava de crianças e adolescentes na casa paroquial e que tomou
as providências cabíveis. “A gente sabia que ele fazia essas coisas uma
‘vezinha’ ou outra. Eu dava conselhos a ele. Não o afastei porque não sou o
bispo, mas ele [Dom Valério Breda, bispo de Penedo] foi informado”,
confidenciou. “Vamos convocar o bispo então”, adiantou o senador Magno Malta,
presidente da CPI da Pedofilia.
O senador Magno Malta ainda apresentou, durante o depoimento, cerca de
15 garrafas de bebidas alcoólicas apreendidas um dia antes na casa do monsenhor
– que instantes antes tinha negado ter oferecido bebidas a coroinhas. “Também
foi encontrada creme vaginal, monsenhor. Para que o senhor quer?”, questionou
Malta. “Não é meu. Deve ter sido a minha irmã ou uma visita que esqueceu”,
respondeu o monsenhor, dizendo ser “normal oferecer bebidas às visitas”.
Denúncias
O depoimento foi marcado por denúncias de supostas vítimas. O
ex-coroinha Cícero Flávio Vieira Barbosa alegou que teve a primeira relação
sexual com o monsenhor aos 12 anos de idade, na casa paroquial de São José.
“Tive inúmeras relações com ele”, alegou.
Leia mais
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até 9 anos, pedofilia de padres em AL envolve orgias com bebida e ameaças
de morte
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diante de um esquema nacional'', diz senador sobre pedofilia de padres
- Em depoimento à
CPI, padre admite abuso sexual a ex-coroinhas e pagamento de sexo com
dízimo
Fabiano também relatou que começou a ser abusado sexualmente pelo
monsenhor aos 12 anos de idade. “Ele pediu para entrar no escritório dele,
pediu para sentar e perguntou sobre minha família, tentou beijar a boca,
pegando na minha genitália. Ele viu que estava apavorado e me deixou ir. Mas
depois foi insistindo e acabei cedendo”, alegou.
Como recompensa por ser “bom coroinha”, o monsenhor teria pago um ano de
mensalidade em colégio particular da cidade. “Além disso, ele tirava dinheiro
do dízimo, 10, 15 reais para nos dar”, contou aos membros da CPI e da Polícia
Civil, que também acompanham o depoimento.
Em sua defesa, o monsenhor alegou que manteve relação sexual com
Fabiano, mas apenas quando ele tinha mais de 18 anos e de forma consensual.
“Não sou pedófilo. A pessoa que esteve ali comigo quis manter aquele contato. O
vídeo é a única prova que têm”, relatou.
4) Conforme consta nos nossos arquivos, o primeiro Curso de Canto Pastoral que estivemos presentes foi no ano de 1985, e as figuras 10, 11, 12 e 13 confirmam esse acontecimento. O endereço do Colégio Divina Providência consta na capa da apostila do curso (Fig. 10), assim como na nossa agenda, devido ao cuidado para não se perder o local do curso (Fig. 11). Pode-se ver também um Curso de Liturgia das Horas, logo a seguir, na Catedral do Rio de Janeiro (Fig. 10), sem menção do nome da Ir. Míria como como colaboradora desses cursos.
Eu costumava admirar a participação improvisada dela fazendo um contracanto, enquanto Valdeci Farias se apresentava, ou fazendo um dueto com ele.
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Infelizmente,
não tínhamos o hábito de fazer anotações detalhadas nas agendas, no final de
cada dia, o que deve ocorrer com 99% dos brasileiros. Deve-se levar em conta
também a ausência de fotos, pois o tempo era das fotos que precisavam se adquirir
previamente o filme, e depois levá-lo para revelar e produzir as fotos, tudo
isso com um custo e demora significativos.
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Fig. 12 – Agenda
do dia 10/07/85.
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Fig. 13 – Agenda
do dia 11/07/85.
5 – Cursos de
1986 a 1999
Com
relação ao ano de 1986, apenas conseguimos conservar a apostila do Curso e
anotações na agenda da Clara (Fig. 14). Em 1987 e 1988, constam na minha agenda
as anotações dos Cursos, de 20 a 24/07/87 e de 18 a 22/07/88, assim como temos
as respectivas apostilas. Durante o Curso de 1989, de 17 a 21/07/89, estávamos
ausentes do Rio de Janeiro, mas conseguimos adquirir a apostila do Curso. Os
anos de 1990, 1991, 1992 e 1993 foram semelhantes: adquirimos todas as
apostilas, temos as anotações nas agendas, íamos ao Curso, fazendo às vezes um
revezamento, mas não encontramos fotos.
O
ano de 1994 foi palco de diversos acontecimentos, tanto com relação ao Curso da
Ir. Míria como na nossa vida cotidiana. Isso pode ser verificado com a consulta
às minhas anotações da época (Fig. 15), que é uma explicação do fato de que as
anotações referentes ao Curso de Canto Pastoral não se encontram numa agenda,
mas escritos em folhas independentes. Eu havia perdido todas minhas anotações
de Janeiro a Maio de 1994 devido ao assalto que me retirou a minha moto CB-450
vermelha (Papoula) a poucos metros da rodoviária do Rio de Janeiro. A agenda de
18/07/94 registra o início do Curso no dia 18/07/94, com parte da agenda do
domingo, 17/07/94, que mostra nosso cuidado em divulgar o evento e até de promover
a participação de outras pessoas. No caso, eram pessoas das Paróquias de S.
João Evangelista e de N. S. Medianeira, Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro. Há
registros de que eu dei apostilas à Ir. Míria, à Maria Sardenberg e ao Fr. Joel
Postma. Era uma apostila que escrevi sobre a leitura de melodias com a
partitura e que eu estava testando em vários cursos gratuitos sobre o assunto
nas paróquias que aceitavam a experiência. Essa apostila só veio a ter
eficiência no Grupo Peregrinos de Jesus de Maceió, em 2002, que motivou os 229
vídeos apresentados no Canal do You Tube, Francisco Peixoto/Canal 5, e a
criação do site:
www.peregrinosdejesusdemaceio.blogspot.com
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Fig. 14 – Agenda
da Clara, do dia 14/07/86.
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Fig. 15 – Agenda do dia 26/05/94.
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Fig. 16 – Agenda do dia 18/07/94 e parte do dia 17/07/94.
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As
agendas dos dias 19, 20, 21 e 22/07/94, figuras 17, 18, 19 e 20 seguintes,
documentam o que escrevemos sobre esse ano de 1994 e reafirmam a amizade que
sempre mantivemos com a Ir, Míria. Note-se que no dia 21/07/94, a Ir. Míria
almoçou conosco e recebeu uma geléia de jabuticaba de fabricação da Clara.
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Fig. 19 – Agenda
do dia 21/07/94.
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A
Fig. 20 cita que eu coloquei duas mensagens no mural. Isso significa que havia
um mural bem visível, no acesso ao salão do Curso, em que as pessoas podiam se
manifestar livremente. Na Fig. 21, vemos uma avaliação da participação no Curso
de Canto Pastoral na igreja de São João Evangelista, Oswaldo Cruz, onde o Mons.
Gilson era o pároco. Clara e mais dois participantes são chamados a dar
testemunho.
Os
anos de 1995 (Figs 22a e 22b) a 1998 retomam a rotina semelhante aos anos de
1990 a 1993, já descrita no início desse item, item 5, sendo que nos anos de
1997 e 1998 estávamos em Maceió, mas adquirimos as apostilas do Curso do Rio de
Janeiro mesmo assim.
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Fig. 21 – Agenda
de 24/07/94.
Com
relação ao ano de 1999, conseguimos algumas fotos. As páginas da nossa agenda
corroboram algumas atividades nossas, como a da coleta de assinaturas para a
Campanha contra a Corrupção Eleitoral. Essa campanha, precisava coletar pelo
menos 1 milhão de assinaturas para o projeto ser apreciado pelo Congresso, pois
fazia parte das regras para um Projeto de Iniciativa Popular a ser apreciado
pelo nosso parlamento. Esse projeto foi liderado pelo Francisco Whitaker, então
Secretário Geral da CNBB. No final, conseguimos mais de 300 assinaturas para o
projeto. Isso aparece também na agenda do dia 22/07/99 (Fig. 22), que
corresponde ao quarto dia do Canto Pastoral, no Colégio da Divina Providência,
Rua Pereira da Silva, 319, Laranjeiras, Rio de Janeiro. Explicando melhor a
Fig. 22: A Laika era a nossa Kombi, ano 1973, o Haroldo era um clarinetista e
saxofonista profissional, o Maurício era um ex-marinheiro, que tocava sem
partitura, violino e um tipo de violão de 4 cordas. A Fig. 23 mostra a nossa
participação no Curso. A Fig. 24 mostra os professores do Curso ao lado do
Arcebispo do Rio de Janeiro, e a Fig. 25 é um flagrante da Ir. Míria pousando
para uma foto, nesse Curso de 19 a 23 de Julho de 1999.
6 – Cursos no 3o
Milênio
Agora chegamos ao Terceiro Milênio.
No item 1 desse texto, já mencionamos a nossa presença nos Cursos de Santos/SP,
em 07/07/00 (Fig. 7), e no do Rio de Janeiro, de 17 a 21/07/00 (Fig. 8), porém
esquecemos que estivemos também no Curso de Niterói/RJ, em 15/07/00 (Ver Figs.
26 e 27).
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Fig. 22 – Agenda
de 22/07/99.
Fig. 22a – Canto
Pastoral, RJ, 1995.
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Fig. 22b – Canto
Pastoral, RJ, 1995.
Fig. 23 – Haroldo
e Francisco no Canto Pastoral de 1999, Rio de janeiro.
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Fig. 24 – Professores
do Canto Pastoral de 1999, Rio de janeiro.
Fig. 25 – Ir.
Míria pousa no Curso de 1999, Rio de Janeiro.
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Fig. 26 – Agenda
de 15/07/00.
O
ano de 2001 já foi comentado no item 2 desse texto, pois comparecemos ao Curso
do Rio de Janeiro, de 24 a 27/07/01, e estivemos na festa de 50 anos de sacerdócio
do Mons. Luiz Marques Barbosa, em Arapiraca/AL, em 15/08/01.
Nos
anos de 2002 e 2003, estávamos ausentes da cidade do Rio de Janeiro, mas
adquirimos as apostilas dos Cursos.
Em
2004, estivemos em Copacabana, no curso da Ir. Míria (Figs. 29a a 29d).
Em
2005, conseguimos comparecer ao Curso de Maceió, de 11 a 13/03/05, e ao Curso
do Rio de Janeiro, de 21 a 24/07/05.
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Fig. 27 – Ir.
Míria no Colégio Salesiano em Niterói.
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Quanto ao Curso do Rio de Janeiro, de 17 a 21/07/00, conseguimos as fotos das Figs. 28 e 29.
Fig. 28 – Curso da Ir. Míria no Rio de Janeiro, 17 a 21/07/00.
Fig. 29 – Participantes do Curso. 19/07/00, Rio de Janeiro.
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Fig. 29a – Apostila
do Curso da Ir. Míria em Copacabana, Rio de Janeiro.
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Fig. 29b – Agenda
dos dias 23 e 24/07/04 registrando o Curso da Ir. Míria no Rio de Janeiro.
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Fig. 29c – Foto
registrando nossa presença no Curso da Ir. Míria em Copacabana, Rio de Janeiro.
Fig. 29d – Clara
e Ir. Míria no Curso da Rua Toneleros, 56, Copacabana, Rio de Janeiro.
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Fig. 30 – Agenda
de 11/03/05
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alto e baixo, que deveriam ser
utilizados unicamente quando se trata da frequência do som. Falei com a Ir.
Míria, manifestando a opinião de que ela não deveria dizer, por exemplo,
“...umas musiquinha...”, porque estaria conivente com esse mau hábito do povo,
apesar dela retrucar que isso facilitava a comunicação com o auditório. É como
bem disse o Ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, na sua entrevista ao
Fantástico, em 24/05/20, “São verdades inconvenientes”.
Confesso
que aprendi bastante com as explicações do Sérgio Moro durante a entrevista,
Realmente, a maioria das nossas mazelas sociais persistem porque as “pessoas
normais” evitam proclamar as verdades inconvenientes.
A
propósito, parafraseando Sérgio Moro, existe uma narração em que uma mulher
falou para sua filhinha que precisava ver a “cachorra da Maria”. Após a visita,
ambas estavam saindo da casa da Maria, quando a menina perguntou: “Mamãe, a
senhora não vai ver a cachorra da Maria?” A mãe já esquecida do que tinha dito,
retrucou: “Menina, a Maria não tem cachorra!” Ao que a criança respondeu:
“Antes de sairmos de casa, a senhora não disse que ia ver a cachorra da
Maria?”. Isso exemplifica bem o que é uma “Verdade inconveniente”. No momento,
o Presidente Jair Bolsonaro, que gosta de citações evangélicas, deve ter se
recordado de Mt 18, 1-3: “Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se
convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus”.
Fig. 31 - Agenda
de 12/03/05.
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Fig. 32 – Agenda
de 13/03/05.
Na Fig. 33,
temos uma foto do Curso em Maceió, com a Ir. Míria juntando-se ao nosso Grupo
de Canto, no colégio SS. Sacramento.
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Fig. 33 – Ir.
Míria com o Grupo de Canto.
Quanto
ao Curso do Rio de Janeiro, de 21 a 24/07/05, selecionamos as dedicatórias da
Ir. Míria na capa da apostila do Curso (Fig. 34) e uma foto de recordação (Fig.
35).
No
ano de 2006, passamos a frequentar mais os Cursos de Arapiraca. Com relação a
esse Curso apresentamos as agendas de 17 e 18/03/06 (Figs. 36 e 37), e uma foto
de recordação (Fig. 38). Na agenda de 18/03/06 (Fig. 37), aparece mais uma vez
a comprovação de que o nosso interesse não estava focado unicamente nos cantos
e na liturgia, pois aproveitei um breve intervalo para falar da física do som e
das 6 dimensões da Fé. O conceito das 6 Dimensões da Fé tem sua origem nos
estudos e publicações da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). O
que nos interessava mais era a 6a Dimensão da Fé, que
envolvia a política. Eu sempre insistia, mas novamente parafraseando o
Ex-Ministro da Justiça, Sérgio Moro, “Ali não havia espaço para o
contraditório”.
Outro
documento, elaborado pelo clero, que nunca teve aceitação no quotidiano, das
práticas de estudo e doutrinamento, foi a encíclica “Christifideles Laici -
Leigos Fiéis a Cristo”. Esse documento foi elaborado pelo Papa João Paulo II e
determinava que o cristão leigo participasse da política de seu país. Nesse
caso, tanto a 6a Dimensão da Fé como a Christifideles Laici
contém “verdades inconvenientes”.
A
agenda de 17/03/06 registra os nomes de 3 participantes do Grupo de Canto da
nossa Paróquia. Pode-se concluir, da leitura do conteúdo da Fig. 36, que havia
uma preocupação nossa em levar pessoas para participar dos Cursos, como também
de divulgar posteriormente as músicas trazidas pela Ir. Míria. Flaviano e
Guilherme eram ótimos leitores de partituras com diversos instrumentos, como a
flauta doce e o teclado, mas muitos outros do Grupo também conseguiam ler a
partitura com segurança. Isso empolgava a Ir. Míria.
Uma vez, ela
vinha chegando para iniciar o Curso e ouviu suas músicas inéditas sendo tocadas
de dentro do auditório do colégio, em Maceió, então ela exclamou admirada:
“Estão tocando as minhas músicas!”.
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Fig. 34 –
Dedicatórias da Ir. Míria na capa da apostila.
Fig. 35 –
Francisco no Curso do Rio de Janeiro, 21-24/07/05.
Em
2007, comparecemos apenas ao Curso de Arapiraca, de 23 a 25/03/07. As Figs. 39,
40 e 41 reproduzem o conteúdo das nossas agendas, que tratam desse Curso.
As Figs. 42 e 43 ilustram a interação
com a Ir. Míria e com o Grupo de Canto Peregrinos de Jesus da Paróquia
Imaculada Conceição do Jacintinho, Maceió/AL, durante o Curso de Canto Pastoral
de Arapiraca.
No ano de 2008, comparecemos ao
Curso de Arapiraca, de 25 a 27/04/08, e ao Curso do Rio de Janeiro, de 17 a
20/07/08. A agenda de 28/04/08 (Fig. 44) mostra que a Ir. Míria preferia que
nós a levássemos ao aeroporto. Observe-se que nesse trecho da agenda existe a
observação de que a Ir. Míria só chegou depois do horário combinado, e já
estava escuro, portanto não foi possível dar a volta
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no sítio. Isso significa que ela estava
evitando conhecer o nosso sítio (Conferir a Bibliografia [20], no segundo parágrafo após a Fig. 4).
As
Figs. 46 e 47 comprovam nossa presença no Curso do Rio de Janeiro, de 17 a
20/07/08.
Em
2009, tivemos Cursos em Arapiraca, 20 a 22/03/09, e em Maceió, 27 a 29/03/09.
No dia 20/03/09, saímos para Arapiraca às 13:45h e chegamos lá às 16:20h.
Fizemos nossas inscrições no Curso (R$ 70,00) e fomos dar uma volta no Centro
de Arapiraca, comendo acarajés. Voltamos ao Centro de Formação D. Constantino e
encontramos Nairzinha + Ir. Míria. Houve a palestra e fomos dormir.
No
dia 21/03/09, levantamo-nos às 06:30h, tomamos café e começou o ensaio. À
noite, vimos o Pe. Antenor dançando com a Laíz, de Penedo. O som era forte e
fomos dar um passeio a pé. O Ronnie tocou o violão muito bem e outros cantaram.
Fomos dormir. A Fig. 49 mostra o auditório em Arapiraca.
No
dia 22/03/09, toquei com o Ronnie, com o Marcos, com o Galvão e com um
panderista. Repassamos alguns CDs e Clara acertou para entregar mais flautas ao
Pe. Antenor quando ele vier à Maceió, pois ela repassou as 30 flautas que
trouxe. Chegamos em casa às 16h. Uma garota de Campo Grande, Míria, adquiriu 2
DVDs. Conheci também uma amiga da Laíz, Jéssica, também de Penedo. Trouxemos
algumas bagagens da Ir. Míria.
Fig. 36 – Agenda
de 17/03/06.
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Fig. 37 – Agenda
de 18/03/06.
Fig. 38 –
Recordação de Arapiraca, 18/03/06.
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Fig. 40 – Agenda
do dia 24/03/07 (Arapiraca).
Fig. 41 – Agenda
do dia 25/03/07 (Arapiraca).
Fig. 42 – Curso
de Arapiraca, 25/03/07.
Fig. 43 – Ir.
Míria na Casa de Francisco e Clara, 25/03/07.
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Fig. 44 – Parte
da agenda de 28/04/08.
Fig. 45 – Curso
de Arapiraca, em 27/04/08.
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Fig. 46 – Parte
da agenda de 27/07/08.
Fig. 47 – Curso
do Rio de Janeiro, 17 a 20/0708.
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Fig. 48 – Capa
da Apostila do Curso no Rio de Janeiro, 17 a 20/07/08.
No
dia 24/03/09, a Ir. Míria telefonou, de Penedo. No dia 26/03/09, fomos à Missa
da Paz [6][21], na Catedral de
Maceió, acompanhados de Maria Helena, Maynara, Janicleide e Rosana. Encontramos
Nairzinha e Ir. Míria lá. O Arcebispo nos reconheceu e ficamos para a reunião
após a missa, relativa aos bairros do Pinheiro e Gruta de Lourdes, cujos
párocos eram Pe. Márcio e Côn. Rubião Lins Peixoto, respectivamente. As Missas
da Paz, que ocorreram mensalmente na Catedral de Maceió, um dos maiores eventos
de denúncias já ocorrido em Maceió, revelando inúmeras “verdades
inconvenientes”. A Fig. 50 corresponde a essa Missa de 26/03/09.
No
dia 28/03/09, passamos o dia no Curso de Maceió, no auditório do colégio SS.
Sacramento, no bairro do Farol, Maceió/AL. Rosana, Maynara, Janicleide e Arla,
do Grupo Peregrinos de Jesus, nos acompanharam. Almoçamos lá e Clara registrou
mais de 400 pessoas no Curso. No dia 29/03/09, Ir. Míria e Nairzinha almoçaram
conosco. Depois, fomos apanhar o Mons. Pedro Teixeira, que nos mostrou o
Carmelo de Riacho Doce, um povoado próximo a Maceió. Voltamos para Pajuçara
para procurar o celular da Ir. Míria. A seguir, fomos cear na casa do Pe.
Aloísio, deixando Nairzinha no colégio SS. Sacramento e a Ir. Míria veio
conosco.
Conforme
relatado em [20], logo após a Fig.
2, o ano de 2010 foi crucial para a história do clero e os acontecimentos de
Arapiraca tiveram repercussão mundial, embora outros acontecimentos, ao longo
da história, deveriam ter tido maior repercussão, como por exemplo, a morte de
João Paulo I [18].
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As
Figs. 51 a 55 retratam as anotações de nossa agenda na época, e constituem um
documentário ultra resumido do que ocorreu na época.
Fig. 49 – Ir.
Míria no Curso de Arapiraca, em 2009.
A
agenda de 12/03/10 (Fig. 51), revela que apanhamos a Ir. Míria + Nairzinha em
Maceió e as conduzimos para Arapiraca, na Elise II (Kombi 2005), apanhando
Flaviano no caminho. Agenda de 13/03/10 (Fig. 52) descreve o transcorrer do dia
no Centro de Formação D. Constantino, em Arapiraca. Aponta também que Jisleyane,
uma das melhores leitoras de partituras, com flauta doce ou teclado, do Grupo
Peregrinos de Jesus, chegou por conta própria em Arapiraca [22]. Finalmente, a agenda de 14/03/10 (Fig. 53) descreve que
participamos da missa de encerramento do Curso e que a Ir. Míria + Nairzinha
voltou conosco na Elise II, passando na casa do José Marcos, em Igaci.
A
agenda de 15/03/10 (Fig. 54) confirma que Ir. Míria + Nairzinha dormiram lá em
casa, e que nós fomos levar a Ir. Míria no aeroporto, às 03:30h. Essa agenda
também acusa a repercussão do caso de pedofilia em Arapiraca, no noticiário
televisivo.
Em
04/04/10 (Fig. 55), Nairzinha retorna a nossa casa, pois estava no hotel Praia
Bonita, Pajuçara, Maceió/AL, descansando. Ela nos acompanha até à igreja de S.
Teresinha, Farol, Maceió/AL, onde cantamos e tocamos na missa, com Jisleyane,
Flaviano, Rosana, Felipe e Karine. Depois, Nairzinha veio jantar em nossa casa,
no Jacintinho, Maceió/AL.
A
Fig. 56 ilustra a nossa participação nesse Curso. As Figs. 57 e 58 mostram o
conforto proporcionado pela Elise II na viagem de volta à Maceió, em 14/03/10.
A Fig. 59 documenta a visita de Nairzinha à nossa casa, após a “quarentena” no
Hotel Praia Bonita”.
À
medida que o leitor vai tomando conhecimento da trajetória da nossa amizade com
a Ir. Míria, vai também podendo conferir o fato de que essa amizade não foi
totalmente casual, pois o nosso trabalho com o ensino de música teórica, o
desvelo da Clara com o Grupo Peregrinos de Jesus, a ajuda dela aos Cursos em
Maceió e sua culinária baseada em produtos naturais, conquistou o coração da
freirinha irreverente. Contudo, se nos reportarmos à Fig. 43, de 2007, podemos
ver alguns solistas do Grupo Peregrinos de Jesus, que tocaram um cânon de uma
das músicas do Curso, deixando a Ir. Míria emocionada. Acho que isso cativou
definitivamente a nossa amiga.
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Fig. 50 – Missa
da Paz de 26/03/09.
Fig. 51 – Agenda
do dia 12/03/10.
Página 41 de 54
No
ano seguinte, 2011, o curso foi ministrado pelo Raimundo Galvão, ex-padre de
Aracaju, que também esteve presente ao Curso de 2010, em Arapiraca. Ele
ministrou o Curso como se nada de excepcional tivesse ocorrido no ano anterior,
deixando claro que a estratégia do clero é, sempre que possível, varrer o lixo
para baixo do tapete, ao invés de aproveitar para mudar e progredir. Assisti a
tudo, incrédulo.
Fig. 52 – Agenda
do dia 13/03/10.
Fig. 53 – Agenda
do dia 14/03/10.
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Fig. 54 – Agenda
do dia 15/03/10.
Fig. 55 – Agenda
do dia 04/04/10.
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Fig. 56 – Ronnie,
Francisco, Jisleyane e Flaviano, em 14/03/10.
Em
2012, estivemos em Arapiraca nos dias 9, 10 e 11/03/12, no Curso da Ir. Míria. Apesar
da minha sugestão de uma avaliação do Encontro, não foi aberto um espaço para
isso. No dia 11/03/12, almoçamos com o Bispo de Penedo, Nairzinha e Ir. Míria,
no refeitório do centro de Formação D. Constantino, em Arapiraca (Fig. 60). Saímos
de lá às 14:15h, com Ir. Míria e Nairzinha, cada uma dormindo em bancos
separados da Esmeralda, até às proximidades de Maceió. Elas jantaram lá em
casa, pizza com sucos de mangaba e graviola.
No
dia 12/03/12, fomos levar a Ir. Míria no aeroporto (Fig. 61).
Comparecemos
também ao Curso da Ir. Míria em Recife, 28 e 29/04/12 (Fig. 62). O local do
Curso ficava próximo da igreja onde D. Helder Câmara viveu seus últimos dias.
Fomos
ainda convidados para a reinauguração da Catedral de Penedo, em 12/10/12, mas declinamos
dessa oportunidade de reencontrar mais uma vez a Ir. Míria nesse ano de 2012.
Em
08/03/13, seguimos para Arapiraca na Esmeralda, acompanhados da Maria Roberto, e
chegamos lá às 16:10h. Aproveitamos para visitar o terreno pertencente à Maria
Roberto, onde ela disse que pretende construir uma capela, e fotografar o pôr
do sol em Arapiraca (Fig. 63). No dia 11/03/13, apenas anotei que Nairzinha
passou o dia em nossa casa, no Jacintinho, e que a levamos ao Hotel Costa Mar,
à noite, não há menção sobre a Ir. Míria, portanto não temos certeza se a
levamos ao aeroporto na madrugada daquele dia.
Parte
do que ocorreu em 2014 já foi comentado na bibliografia [20], porém achei interessante assinalar o conteúdo da minha agenda
de 15/03/14 (Fig. 64) por ser pertinente ao meu diálogo teológico com a Ir.
Míria. Nos dias 22 e 23/03/14, houve um Curso da Ir. Míria em Maceió, no seminário
Metropolitano. Somente Clara ficou por lá. No dia 23/03/14, a Ir. Míria e
Nairzinha almoçaram lá em casa, no Jacintinho. Depois do almoço, a irmã foi
dormir e Nairzinha ficou
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Fig. 57 – Ir.Míria
na viagem de volta à Maceió, na Elise II, em 14/03/10.
assistindo TV. Às 17:00h, fui levar a
Ir. Míria na Paróquia do Menino Jesus de Praga, no Pinheiro, onde ela se
encontrou com o Pe. Aloísio. Nairzinha jantou conosco e ficou para dormir.
Em 2015, Clara
ficou no Curso da Ir. Míria, no Centro de Formação D. Constantino, Maria
Roberto ficou na casa da Lena, e eu fui conhecer a Casa da Cultura, no Alto do
Cruzeiro.
Nesse mesmo dia, 21/03/15, sábado,
estive na casa do Mons. Luiz Marques Barbosa. Ele não estava, por isso
conversei longamente com o irmão dele, Hélio. Depois o Monsenhor chegou e eu
conversei rapidamente com ele, porém logo surgiram visitas para o almoço e eu
me despedi. No dia 22/03/15, fomos para o Curso com Maria Roberto. Às 11:35h,
almoçamos no Posto BR com Maria Roberto e seguimos para Igaci, onde visitamos o
José Marcos. Chegamos em Maceió com tempo de cantar a missa do Reginaldo, às
16:00h. Foi aí que Clara recebeu o telefonema do Pe. André dizendo que Ir.
Míria e Nairzinha não iam mais lá para nossa casa. Durante o jantar, Nairzinha telefonou
dizendo que viria à nossa casa num dia da semana.
No
ano de 2016, houve mais um Curso da Ir. Míria em Maceió, desta vez na Paróquia
do menino Jesus de Praga, no bairro do Pinheiro, onde o Pe. Aloísio era o
pároco. No dia 02/03/16, fomos visitar a Ir. Míria no local do Curso, mas
seguimos até à Casa Paroquial, onde fizemos um pequeno lanche (Fig. 65).
7 – Resumo das
avaliações
Chegamos
ao momento de encerrarmos esse texto, cabendo nesse item um resumo das
avaliações, embora acreditemos que o texto fala por si, conforme o ditado
popular: “Para um bom entendedor, meia palavra basta”.
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7.1) Concluímos que a Ir. Míria se
tornou um mito, pela sua competência técnica no âmbito da Música, pelo seu
poder de comunicação, energia, organização no trabalho, ousadia. Contudo ela me
pareceu presa a algo que não tinha correspondência com a realidade prática das
coisas.
7.2) A Liturgia era tudo para ela.
Porém, a liturgia é um complemento e não a essência, e pode ser utilizada de
forma inapropriada, como bem criticou Bertold Brecht no seu texto [14]: “O teatro do mar mostraria
como peixes pequenos corajosos nadam, cheios de entusiasmo, para dentro da boca
do tubarão; e a música seria tão emocionante, que os peixes pequenos, no seu
ritmo, cheios de sonhos, marchariam garganta a dentro, embebidos nos mais
confortantes pensamentos”.
Assim, talvez muitos questionamentos ela pode ter tido tempo de colocar, para
si mesma, antes de eclodir o dia do seu passamento.
7.3) Eu tinha sempre a esperança de que
surgisse uma atividade semelhante a desenvolvida pela Ir. Míria, atividade essa
que poderia ser paralela ou acoplada à liturgia, que cuidasse da
conscientização do povo, sobretudo educando para o exercício da política, a
qual corresponde à 6a Dimensão da Fé, defendida pela CNBB.
Sempre
divulguei textos que tratam desses assuntos, inclusive nos esforçamos para despertar
no povo o treinamento para a leitura de partituras, que junta o útil ao
agradável, ou seja, ao ler a partitura pode-se também cantar e desenvolver a
mente para a atividade crítica.
7.4) Deve-se olhar o texto levando-se
em conta também a sua característica cibernética. Por exemplo, o texto discute
a contradição entre as palavras de Cristo e os efeitos práticos da atuação do
clero como instituição, ou corporação.
Se
voltarmos o olhar para a política, temos as contradições entre os desejos do
povo e o que se discute, e se vota, nos parlamentos. Por exemplo, as pesquisas
de opinião revelaram que a maioria absoluta do povo desejava a maioridade penal
para os maiores de 16 anos, mas o Congresso recusou e não se fala mais nisso.
Outro exemplo de contradição é a existência de uma perversa distribuição de
renda entre o funcionalismo público no Brasil. Durante a votação da Reforma da
Previdência, a mídia veiculou, embora de forma rápida e sub-reptícia,
estatísticas como a de que 1% da população recebem uma média de salários da
ordem de R$ 28.000,00. Ora, como exemplo, não aprovamos rebeldias como a dos
policiais no Estado do Ceará, ou as ações do chamado “Gabinete do Ódio”, que
são repudiadas veementemente pelos membros do STF, mas se tivermos condições de
fazer uso do contraditório, podemos pensar que as ações do STF ou dos outros
dois poderes, que visam anular tais ações, podem abranger, mesmo que não seja
intencionalmente, a defesa de perpetuar os seus direitos, como o de pertencer a
esse 1% da população. Cabe acrescentar, que não é comum se demonstrar que esses
Poderes empregaram a mesma veemência para reprimir outros eventos, ou seja, o
extremo cuidado para que não ocorra a ruptura da Ordem Constitucional. Pode-se
pensar que esse zelo não seja simultaneamente a necessidade da perpetuação da
extrema desigualdade social, da ignorância, da injustiça, do subdesenvolvimento
etc, que dão suporte à dominação e à arbitrariedade. Como foi demonstrado no início
desse item, não há uma coerência entre a democracia representativa e o
desempenho desses representantes nos parlamentos, conclui-se que algo deve ser
feito. Ao invés de surgirem iniciativas que corrijam essa falha, assiste-se a
uma verdadeira apologia da democracia no Brasil, inclusive com enorme gastos
para financiamento de campanhas de candidatos já previamente escolhidos, sem a
autêntica participação do povo.
7.5) Que poder ou que organização de
forças poderá propor as mudanças? É um assunto a se pensar. Qualquer que seja a
implementação de mudanças, essas irão gerar grandes desconfortos no início,
logo o agente proporcionador das mudanças deve ser suficientemente poderoso. É
nesse particular que muitas pessoas reconhecem a importância do Covid-19 e ao
mesmo tempo temem a dupla interpretação, ou seja, a de que se estaria
desrespeitando o sentimento de milhares de familiares das vítimas [2]. Porém quem utiliza esse exemplo de
forma construtiva quer apenas ilustrar a extrema dificuldade de se mobilizar a
população para mudanças de comportamento na sociedade. Por exemplo, o medo do
contágio fez com que fosse reduzida em mais de 90% a venda de automóveis e de
passagens aéreas.
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Fig. 58 –
Flaviano e Jisleyane na viagem de volta à Maceió, na Elise II, em 14/03/10.
O resultado foi quase imediato: a
melhora do estado da atmosfera em São Paulo foi mostrado na TV através de duas
imagens, uma antes da pandemia e outra durante a mesma. Quem teria poder para
realizar tamanha façanha?
Karl
Marx, por volta de 1850, postulou que o fim do capitalismo ocorreria com o
aumento descontrolado do lucro e dos bens materiais. Quem já se debruçou para
averiguar a veracidade dessa assertiva?
Pelo menos não é
difícil de se avaliar isto na cidade de Maceió. Uma cidade com 2 planos, ideal
para o uso extensivo da bicicleta, que poderiam ser ligados por planos
inclinados, que poupariam os ciclistas de ter que empurrar a bicicleta ladeira
acima. Esse sistema sendo implantado, ocorreria grandes benefícios para o meio
ambiente, para a economia de modo geral, e para a saúde dos maceioenses.
O Riacho
Salgadinho, derivado do Riacho Reginaldo, cruzava a Praça Sinimbu, passando por
baixo de uma ponte e desembocando na praia do Sobral. As nascentes do Riacho
Reginaldo eram de águas cristalinas. Ao longo do seu curso havia inúmeras
cacimbas, que abasteciam os lares dos moradores do Jacintinho com água potável.
As suas margens eram repletas de roupas estendidas pelas lavadeiras.
Hoje, todo o
curso dos riachos não passam de um canal de esgoto, que foi retificado e deixou
de passar pela Praça Sinimbu.
A praia da
Avenida era considerada uma piscina natural onde todos se banhavam e
aproveitavam suas areias límpidas. Com os detritos e poluentes levados pelo
Riacho Salgadinho, além da ampliação do cais do porto, ficou totalmente
imprópria para o banho e ninguém se arrisca a andar em suas areias.
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Fig. 59 –
Nairzinha na Casa 120, Jacintinho, Maceió/AL, em 04/04/10.
Fig. 60 – Almoço
com Ir. Míria e com o Bispo de Penedo, em 11/03/12.
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Fig. 61 – Agenda
de 12/03/12.
Fig. 62 – Curso
no Recife, 28 e 29/04/12.
As
margens da Lagoa Mundaú, desde o mercado público até o bairro de Bebedouro
possuía uma enorme diversidade de animais que alimentava a população de Maceió,
mas recebeu aterros de lixo e detritos para destruição de todo o manguezal.
Enfim,
que ligação existe entre as recordações da Ir. Míria e o desastre civilizatório
da humanidade? Simplesmente que se tivesse havido um Vírus que tivesse obrigado
os algozes do Papa João Paulo I a recuarem, talvez tivéssemos desfrutado muito
mais dessa inusitada criatura, que foi a Ir. MírMíria.
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Fig. 63 – Pôr do
sol em Arapiraca, 08/03/13.
Fig. 64 – Agenda
de 15/03/14.
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Fig. 65 – Casa
Paroquial no bairro do Pinheiro, Maceió/AL, 02/03/16.
A propósito,
enviei o texto da bibliografia [1]
para um ex-colega de faculdade e ele começou a responder com a frase: “Não sou
do ramo”, e concluiu com a frase “Saudações cristãs”. Apesar de ser
tradicionalmente católico, não arriscou assinalar qualquer similitude do texto
com os dias de hoje.
7.6) Acho que a detecção de injustiças,
usurpações, opressões e coisas do tipo, quando se tratam de situações
repetitivas e instauradas por razões culturais, políticas ou religiosas, devem
ser denunciadas e enfrentadas, independentemente do tamanho do elemento
considerado. Por exemplo, além da igreja católica, da sala de aula, das
delegacias de polícia, das salas de audiências na justiça etc, nossos
empregados tem sido uma rica fonte de pesquisa e aprendizado. Por exemplo,
sendo a família o menor agrupamento social, sempre visitamos as famílias dos
nossos empregados, independentemente da distância que se encontrem. Nas
repetidas visitas que realizei pelo interior do Estado, me chamou a atenção o
fato de muitas das esposas não sentarem à mesa na presença das visitas, ou que
até aceitavam ter sido espancadas pelo marido. Essa irregularidade verificada
na menor célula da sociedade deve ser enfrentada pelos filhos, que deverão
abolir essas práticas em suas futuras famílias e se manterem alertas para
ocorrências semelhantes no ambiente das escolas, dos partidos políticos, do
governo do município, do Estado e da Nação. A boa educação vem do berço, não há
como fazer muitos milagres.
7.7) Cabe ainda uma avaliação, a de que
não se pode desatolar um cavalo sentando-se na sela do cavalo e puxando o seu
rabo, ou seja, só com um apoio externo. Do mesmo modo, todo o sistema
organizativo dos poderes do País lucra com as regras existentes, portanto é
logicamente inconcebível que ele lute por mudanças. Só alguém absolutamente
independente, como algo parecido com o “Covid-19”, poderia iniciar esse
processo. Inclusive, esse mesmo sistema organizativo, de forma anônima e
inconsciente, promove a infantilização do povo brasileiro, de diversas formas:
a) Quando aparecem reportagens na TV mostrando detalhadamente a insuficiência econômica de famílias nordestinas, com o pai de família desempregado e com uma prole de mais de 8 crianças desnutridas, com pouca roupa, e a esposa com mais uma criança de colo, a qual ainda tem que buscar uma água poluída a 10min de sua residência, com auxílio do jumento emprestado da vizinha etc, o apresentador aproveita para fazer um verdadeiro seminário sobre as deficiências permanentes que podem ocorrer com a subnutrição na primeira infância. Isso tudo para aumentar a audiência e mostrar a falta de assistência do Governo. A reportagem se abstém completamente de tecer comentários sobre a responsabilidade do casal, desde a intenção de gerar o primeiro filho. Agora sim, culpar o Governo,
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que é um ser abstrato, e que deveria ter
tido participação do maior número possível de cidadãos, de não ter promovido a
conscientização do povo, a ponto de já ter estabelecido regras para o número de
nascimentos, dentro de uma pesquisa democrática da relatividade entre o
potencial econômico do País e a respectiva densidade demográfica de cada região.
Isto significaria a aplicação da ciência, conforme tem explicado o Covid-19, e
não adianta somente “chorar sobre o leite derramado”.
Com
relação a esse tópico, tive a felicidade de ler um livro intitulado “A
Conquista da Maturidade”, na minha adolescência, que representou um ponto de
grande mudança na minha vida, complementando o que aprendi de meus pais. Fiz um
resumo do livro, que me acompanhou sempre (Fig. 66).
b) Induz-se no povo a idéia de que ele
tem sempre a possibilidade de receber um presente. Assim, derivam muitas outras
formas, como o Bolsa Família, as loterias, as rifas e os bingos nas igrejas
etc. Analogamente, a Cia. Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda/RJ, a Fábrica
Nacional de Motores, em Xerém/RJ, a Cia. Vale do Rio Doce, em MG, passaram a
ser substituídas por empresas estrangeiras, que dizem produzir resultados mais
rápidos e menos trabalhosos, embora, a médio e longo prazo, pode-se constatar
que os resultados são desastrosos. A imaturidade, a ignorância e a preguiça são
o prato feito para o sucesso dos usurpadores.
Aguardo as
sugestões dos leitores.
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Conquista da
Maturidade
1. Devem ser capazes de evidenciar maturidade emocional,
estabelecer uma relação sadia e imparcial com os pais, pensar e agir como
adultos, assumir responsabilidades, ser emocionalmente autônomos.
2. A habilidade em aceitar a realidade
Os pais que condicionam os filhos ao medo e à dependência só
podem esperar que eles sejam fracos e despreparados emocionalmente para
suportar as frustrações da vida adulta. Essas crianças dependentes são
incapazes de um ajustamento social e econômico satisfatório. O indivíduo normal
compreende que, depois do 21o aniversário, já deve estar em
vias de ganhar para si. Trabalhar sem excessivas lamentações é vital à
felicidade. As pessoas que gostam do trabalho estão ocupadas demais para ser
infelizes. Tornar-se útil é a essência da vida cooperativa. A pessoa normal
sabe que a vida é uma luta e está mentalmente preparada para os seus embates.
Compreende que vive num mundo de conflitos, confusões, crimes, divórcios e
suicídios. Entretanto, apesar de tudo, não se torna cínica. Acredita que a vida
é maravilhosa e fascinante, encontra incentivo para trabalhar, enfrenta as
adversidades com destemor, e não lhe falta coragem par abarcar todos os
obstáculos que a vida lhe coloca no caminho.
3. A pessoa normal é capaz de dar-se com quase toda gente.
Graças à sua personalidade flexível, adapta-se a muitas
situações variáveis. O segredo do ajustamento às pessoas, reside na habilidade
em sujeitar as emoções ao domínio do intelecto. Os neuróticos pensam de maneira
impulsiva e reagem emocionalmente, ao passo que o indivíduo normal raciocina
antes de agir ou de tomar uma decisão. A própria sensatez não lhe permite
alimentar preconceitos. Sabe perfeitamente que o mundo não pertence a ninguém e
que a cooperação amistosa é melhor política que a competição acirrada. Não mete
o bedelho nos assuntos alheios; prefere ventilar uma questão a empenhar-se numa
discussão fútil, e é suficientemente prudente para não criar inimigos. Cheio de
tato, sincero, possui senso de humor, tolerância, não é egoísta nem
hipersensível, aceita críticas e tem um temperamento jovial. O melhor vendedor
é aquele que se orgulha de seu produto. Colhe-se daí que a pessoa normal, antes
de insinuar-se nas boas graças de outras pessoas, precisa ter orgulho dos
próprios atributos de caráter.
4. A capacidade de amar alguém ou alguma coisa é o quarto
requisito para uma vida normal.
5. O ser humano deve possuir uma filosofia que o impeça de cair quando as complicações da vida cotidiana se tornam demasiado penosas.
Fig. 66 – Itens
do livro “A Conquista da Maturidade”.
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Bibliografia
1
– Evangelho de São Mateus, Cap. 23, 1-39.
2
– Sobre o COVID-19, postagem de Abril de 2020, no www.coisasdopeixoto.blogspot.com
3
– Argumentos de uma Tese – Postagem de Maio de 2019, no www.coisasdopeixoto.blogspot.com
4
- Comentários sobre a cartilha lançada pela Arquidiocese de Maceió – postagem
de Fevereiro de 2007, no site www.repolitica.blogspot.com.
5
- Implosão da democracia na Comunidade Santo Antônio - postagem de Fevereiro de
2007, no site www.repolitica.blogspot.com.
6
- Avaliação das Missas da Paz - postagem de outubro de 2008, no site www.repolitica.blogspot.com.
7
- O Leão e a Floresta no planeta desconhecido - postagem de dezembro de 2013,
no site www.repolitica.blogspot.com.
8
- Água de Oswaldo Cruz - postagem de maio de 2014, no site www.repolitica.blogspot.com.
9
- Uma explicação razoável - postagem de novembro de 2017, no site www.repolitica.blogspot.com.
10
- Homenagem ao Pe. Manoel Henrique - postagem de janeiro de 2018, no site www.repolitica.blogspot.com.
11 - Argumentos de uma tese - postagem de
setembro de 2018, no site www.repolitica.blogspot.com.
12 – Uol, quotidiano de 18/04/10
13 – Curso para animadores dos encontros de pais e padrinhos
– postagem de Agosto de 2017, no www.coisasdopeixoto.blogspot.com
14 – Se os tubarões fossem homens, Bertold Brecht – postagem
de Outubro de 2008, no www.repolitica.blogspot.com
15 – Implosão da democracia na Comunidade S. Antônio – postagem
de Fevereiro de 2007, no www.repolitica.blogspot.com
16 – Anatomia e teologia de um vilipêndio – postagem de
Dezembro de 2019, no www.processosdomemorial.blogspot.com
17 – Biblioteca S. Vicente de Paulo – postagem de Julho de
2015, no www.coisasdopeixoto.blogspot.com
18
– Em nome de Deus, David Yallop – Editora Record, 1984. Tradução de A. B.
Pinheiros de Lemos, do original “IN GOD´S NAME – An investigation into the
murder of Pope John Paul I”.
19 - MEMORIAL DE EPHIGÊNIO PEIXOTO –
Postagem de abril de 2013 no www.repolitica.blogspot.com
20 – Recordações
da Ir. Míria T. Kolling – Postagem de Maio de 2020 no www.teologiaanalogica.blogspot.com
21 – You Tube, Canal João Galilei/Missa
da Paz – 43 clipes de Missas da Paz.
22 – You Tube,
Canal João Galilei /Peregrinos de Jesus – 32 clipes de membros do Grupo
Peregrinos de Jesus de Maceió executando melodias com auxílio da partitura.
23 – You Tube,
Canal João Galilei /Vídeos Antigos – 15 clipes
24 – Ir. Míria –
Algumas avaliações e conclusões – Postagem de Maio de 2020 no
www.teologiaanalogica.blogspot.com
25 - Endocrinologia da Hipocrisia - Postagem de Abril de 2022 no www.teologiaanalogica.blogspot.com
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