terça-feira, 21 de janeiro de 2020


Evangelho de S. Mateus, Cap. 23, 1-39

Por João Galilei

Introdução

        As quatro páginas que sucedem a essa introdução se referem à minha interpretação dos versículos, de 1 a 39, do capítulo 23 do Evangelho de S. Mateus.
Na busca de parceria ou de crítica construtiva para essa ousada aventura, encontrei as seguintes pessoas:
1) Um velho conhecido e militante na Paróquia de N. S. das Dores do Jacintinho, enquanto fazia o meu passeio ciclístico pela orla da praia de Jatiúca. Muito animado, comecei a contar o que tinha descoberto no Cap. 23, quando, subitamente, ele me indagou: “É uma interpretação individual?” Eu lhe respondi que sim. Ele completou que só admitia interpretações colegiadas, se despediu e foi se afastando. Fiquei momentaneamente sem saber o que fazer. Já em casa, comecei a refletir e encontrei inúmeras descobertas individuais, como as de Galileu Galilei, de Thomas Edson, de Isaac Newton etc. Enfim, como é que se pode tolher uma descoberta individual, se ela puder ser comprovada?
2) Pintei o muro de minha casa com 3 grandes círculos pretos, em cujos interiores foi feita a inscrição Mt 23, 1 a 39. Essas inscrições não só serviram de antídoto às pichações do Crime Organizado, como de divulgação para todos os passantes, entre eles membros das igrejas evangélicas e católica. Insisti muito com um desses alvos, no caso, pertencente à Assembléia de Deus, e que se declarou estudar a Bíblia todos os dias. Ao ler o que eu tinha escrito, disse: “Há passagens do Evangelho que não devem ser divulgadas, pois criam polêmicas e afastam as pessoas”.
3) Ao visitar o Pe. Manoel Henrique, expus minhas descobertas e minhas queixas com relação a diversos sacerdotes que procurei para um diálogo e eles se esquivaram. Quando me despedi, ele, na sua costumeira humildade disse achar que não tinha me ajudado muito, mas fiquei mais consolado quando ele disse que os padres não queriam era “entrar na minha...”
Impende destacar que a interpretação discutida nesse trabalho só se torna aparente quando se considera a analogia entre as estruturas sociais, religiosas, políticas e econômicas da época de Cristo e as mesmas estruturas existentes nos nossos dias. No caso, todas as estruturas das igrejas atuais são semelhantes às estruturas da igreja judaica, que exercia o poder na região onde Cristo atuou. Deste modo, os fariseus, escribas e sacerdotes daquela época são semelhantes aos sacerdotes de hoje. Isso possibilita o surgimento de uma nova teologia, que poderia se denominar de Teologia Histórica, por desmistificar os preceitos impostos pelos fariseus atuais, libertando os fiéis desse jugo pesado, cuja força de libertação se apoia em argumentos e comprovações históricas, ou seja, reais. Contudo, essa denominação sofreu resistência no momento de registrar o endereço do meu novo Blog, e a solução momentânea foi colocar www.teologiahistorica1... Dias depois, resolvi pesquisar esse título, e encontrei vídeos e livros com esse título. Ao consultá-los percebi que os discursos ali encontrados diferiam dos fundamentos utilizados por mim para embasar o meu trabalho, então resolvi colocar:
De fato, a primeira denominação também se justificaria, mas a segunda denominação se encaixa melhor no nosso principal fundamento, que é a similitude entre os sacerdotes da época de Cristo e os da nossa época, além de conferir mais originalidade ao tema.
É claro que essa percepção de Mt 23 não surgiu da noite para o dia. O autor se questiona sobre o acolhimento da Palavra de Deus, e a tentativa de realizar isso em comunhão com o poder exercido pelo clero da igreja católica, desde que foi acólito, por um curto espaço de tempo, em meados da década de 50. A experiência de ter sido aluno do Colégio Guido de Fontgalland durante 9 anos, sendo o proprietário, e gestor desse educandário, o Pe. Teófanes de Barros, um destacado membro do clero. Mesmo antes, durante minha infância no bairro do Jacintinho, Maceió-AL, meus pais sempre acolhiam missionários e religiosos durante as Santas Missões naquele bairro. Um dia, meu pai me confidenciou que não queria mais saber de padres, pois vira um desses missionários com uma mulher casada no colo. Nada respondi, e não se comentou mais nada sobre o fato, mas observei que meu pai deixou de ir à igreja pelo resto de sua vida. Ao concluir o curso de engenharia civil, em 1967, comecei a sonhar com uma estada em S. Paulo ou Rio de Janeiro para estudo e 

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prática do ofício. Antes de viajar, em março de 1972, adquiri uma bíblia e decidi lê-la da primeira à última página, fazendo sempre marcações do que achava interessante. Em 1976, consegui defender minha tese de mestrado, e em 1978 prestei concurso público na UFRJ, tendo sido aprovado em segundo lugar. Em 1980, casei-me com Clara Maria Dick Peixoto, que me atraiu para a igreja de N. S. das Dores do Rio Comprido, Rio de Janeiro-RJ, onde participei, como palestrante, durante 9 anos, da pastoral do batismo. A partir daí, seguiram-se inúmeras participações na dinâmica da igreja, tutelada pelo clero, nas cidades do Rio de Janeiro-RJ, Mendes-RJ, e finalmente em Maceió-AL, nas Paróquias de N. S. das Dores e Imaculada Conceição, ambas no bairro do Jacintinho. Tenho divulgado alguns escritos no site www.repolitica.blogspot.com e alguns vídeos no canal do Youtube: Francisco Peixoto/Videos Antigos.
A completa falta de explicação para tantas incoerências que encontrei ao trilhar esse longo caminho, regado por um esforço constante para encontrar uma solução, foi o que deve ter me levado a entender o Cap. 23 de Mateus como um núcleo de partida para a libertação de todos os que tem sede de Justiça.


1 - Mateus 23 – Aqui, Cristo fala à multidão e aos seus discípulos.

1  ENTÃO falou Jesus à multidão, e aos seus discípulos,
2  Dizendo: Na cadeira de Moisés estão assentados os escribas e fariseus.
3  Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as e fazei-as; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não fazem;

Comentários: É de suma importância se observar que Deus cuidou de não se opor aos profetas, como a Moisés, mas deixou claro que seus discípulos fossem bastante críticos quanto aos que falam em nome de Deus. Ele cuidou também para que não houvesse uma ruptura brusca com a tradição, mas mostra como proceder, sem se corromper, mesmo quando junto aos fariseus.

4  Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los;
5  E fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens; pois trazem largos filactérios, e alargam as franjas das suas vestes,
6  E amam os primeiros lugares nas ceias e as primeiras cadeiras nas sinagogas,

Comentários: Jesus exemplifica como se processa a hipocrisia dos fariseus, que se assemelha ao comportamento de quase todos os mandantes das igrejas atuais. Porém, essa analogia pode ser feita com outras categorias de classes dominantes; por exemplo, os serventuários da justiça chegam a ter aposentadorias 40 vezes maior que as da maior parte da população.

7  E as saudações nas praças, e o serem chamados pelos homens; Rabi, Rabi.
8  Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos.
9  E a ninguém na terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus.

Comentários: Os três versículos acima retratam a radical desaprovação de Cristo quanto ao hábito dos fariseus de se colocarem num patamar de superioridade. Não há como encaixar outra interpretação, a não ser a de que, formulada pelos fariseus atuais, de que a interpretação da Bíblia só pode ser feita por pessoas credenciadas por eles.


2 - Mateus 23 – Até aqui, Cristo fala à multidão e aos seus discípulos.

10  Nem vos chameis mestres, porque um só é o vosso Mestre, que é o Cristo.
11  O maior dentre vós será vosso servo.

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12  E o que a si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado.

Mateus 23 – A partir daqui, Cristo fala aos escribas e fariseus.

13  Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que fechais aos homens o reino dos céus; e nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão entrando.
14  Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que devorais as casas das viúvas, sob pretexto de prolongadas orações; por isso sofrereis mais rigoroso juízo.
15  Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o fazeis filho do inferno duas vezes mais do que vós.

Comentários: A partir do versículo 13, cresce a intolerância de Cristo com relação à perversão dos escribas e fariseus. O leitor pode relembrar vários fatos, relatados ou não nos grandes meios de comunicação, que alicerçam a atualidade dessas advertências de Cristo; exemplificamos os casos de pedofilia dos padres, entre outros, como o fato de se ter jovens, de ambos os sexos, postados no altar como coroinhas, com a única finalidade de dar suporte à hipocrisia dos fariseus.

16  Ai de vós, condutores cegos! pois que dizeis: Qualquer que jurar pelo templo, isso nada é; mas o que jurar pelo ouro do templo, esse é devedor.
17  Insensatos e cegos! Pois qual é maior: o ouro, ou o templo, que santifica o ouro?
18  E aquele que jurar pelo altar isso nada é; mas aquele que jurar pela oferta que está sobre o altar, esse é devedor.

Comentários: Nos três versículos acima, Cristo critica os preceitos criados pelos fariseus, cerca de 640.

19  Insensatos e cegos! Pois qual é maior: a oferta, ou o altar, que santifica a oferta?
20  Portanto, o que jurar pelo altar, jura por ele e por tudo o que sobre ele está;
21  E, o que jurar pelo templo, jura por ele e por aquele que nele habita;

Comentários: Da mesma forma, Cristo continua criticando os preceitos criados pelos fariseus, que eram formalidades impostas pelos fariseus para subjugar o povo a seus interesses.


3 - Mateus 23 – Cristo continua falando aos escribas e fariseus.

22  E, o que jurar pelo céu, jura pelo trono de Deus e por aquele que está assentado nele.
23  Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas.
24  Condutores cegos! que coais um mosquito e engolis um camelo.

Comentários: Cristo mostra a incoerência das ações dos fariseus, que, como nos nossos dias, privilegiam a coleta do dízimo, as obras de construção nos templos, enfim, todos os artifícios para arrecadação de dinheiro, em detrimento do juízo, ou seja, da conscientização do povo. Por exemplo, pouca atenção foi dada ao tema “Políticas Públicas”, da CF-2019.

25  Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que limpais o exterior do copo e do prato, mas o interior está cheio de rapina e de iniqüidade.
26  Fariseu cego! limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o exterior fique limpo.
27  Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia.

Comentários: Desta vez, nada mais instrutivo e criativo do que comparar um hipócrita a um sepulcro caiado.


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28  Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade.
29  Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que edificais os sepulcros dos profetas e adornais os monumentos dos justos,
30  E dizeis: Se existíssemos no tempo de nossos pais, nunca nos associaríamos com eles para derramar o sangue dos profetas.

Comentários: Entre os três versículos acima, encontra-se o oitavo ai. Por isso o Capítulo 23 de Mateus é chamado de capítulo dos oito ais. Cristo salienta que os fariseus dizem que se tivessem vivido no tempo de seus pais, não teriam se associado a eles para derramar o sangue dos profetas. Será que os fariseus do futuro não dirão que não teriam impedido a investigação e apuração dos fatos relacionados à morte de João Paulo I, em 1978, chamado de “Papa Sorriso”?


4 - Mateus 23 – Cristo continua falando aos escribas e fariseus.

31  Assim, vós mesmos testificais que sois filhos dos que mataram os profetas.
32  Enchei vós, pois, a medida de vossos pais.
33  Serpentes, raça de víboras! como escapareis da condenação do inferno?

Comentários: Podemos ver, nesses três versículos, como Cristo conclui o que foi preparado nos versículos anteriores, quer dizer, Jesus nos ensina como embasar e comprovar suas críticas. No entanto, os fariseus atuais desestimulam a crítica, mesmo quando ela é necessária.

34  Portanto, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas; a uns deles matareis e crucificareis; e a outros deles açoitareis nas vossas sinagogas e os perseguireis de cidade em cidade;
35  Para que sobre vós caia todo o sangue justo, que foi derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até ao sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que matastes entre o santuário e o altar.
36  Em verdade vos digo que todas estas coisas hão de vir sobre esta geração.

Comentários: O versículo 34 é importantíssimo, pois continua a perseguição no mundo atual, com mortes, torturas e difamações. Cada pessoa que decide proceder honestamente, acaba por se tornar um desses profetas, sábios e escribas, que, com maior ou menor intensidade, sofrem injustiças de toda espécie.

37  Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste!
38  Eis que a vossa casa vai ficar-vos deserta;
39  Porque eu vos digo que desde agora me não vereis mais, até que digais: Bendito o que vem em nome do Senhor.

Comentários: Enfim, Cristo também é justo, e não deixa de anunciar alguma punição. Por exemplo, o versículo 38 diz: eis que a vossa casa vai ficar-vos deserta. De fato, desde a última metade do século passado que muitos templos católicos ficaram fechados por falta de frequentadores.


Conclusão

        A primeira conclusão que nos advém é o temor do vazio que pode ocorrer ao descartarmos uma tradição de quase 2.000 anos, nos abstermos do suposto poder econômico que essa organização (a dos fariseus) detém e que achamos que pode nos defender como católicos que somos, e sobretudo das bênçãos sacramentais que nos levarão ao eterno etc. Isso tudo são consequências que sequer foram ainda imaginadas, mas que

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 deverão ser pesquisadas e avaliadas em face da verdade indubitável: Eu sou o caminho, a Verdade e a vida. Podemos iniciar avaliando alguns pontos fundamentais:
        1) As diferenças gigantescas entre as técnicas e a ciência da época de hoje, e o que existia na época de Cristo, embora as analogias permaneçam. O que não podemos é desconhecer os avanços da ciência, pois a ciência é também uma criatura de Deus, e subjugá-la às nossas, às vezes, interpretações subjetivas a favor de interesses particulares, levam a consequências que produzem grandes sofrimentos ao ser humano, sob a alegação de que a visão científica contraria os princípios Divinos. A análise histórica desses quase 2.000 anos demonstra que a maioria das interpretações, feita pelos fariseus, foi equivocada.
        2) É sempre de bom alvitre, reconhecer que a imitação de Cristo sempre foi uma maneira segura de se trilhar os caminhos de Deus. Assim, observamos que Cristo não aboliu a lei antiga dos profetas, nem aconselhou os seus discípulos a se rebelarem contra os fariseus, mas com uma ressalva: ouça o que eles dizem porque estão sentados na cadeira de Moisés, mas não façam o que eles fazem porque são hipócritas. Há de se notar também, que Cristo não fez nenhum esforço para ser aceito pelos fariseus e não voltou mais para ensinar nas sinagogas. Isso mostra uma coerência absoluta com outros ensinamentos seus: a árvore má não pode dar bons frutos, ou, um reino que se divide contra si mesmo não pode prosperar. Assim, os judeus continuam até hoje e os cristãos também, sem se misturarem. Mas, verificamos que muitos judeus se converteram ao cristianismo, já na época de Cristo, como foi o caso dos seus discípulos, o que não se pode é servir a dois senhores. Resumindo, Cristo ousou continuar sem a proteção dos representantes de sua igreja tradicional.
        3) O exemplo mais emblemático de mudanças produzidas por Cristo foi a abolição da lei do divórcio defendida pelos fariseus, e Cristo justificou dizendo que não veio para mudar a lei de Moisés, mas trazer um novo mandamento do amor, pois a lei do divórcio existiu porque naquela época eles tinham um coração de pedra. Isso representa uma necessidade de adaptação à evolução da humanidade, desde que não infrija os princípios basilares (cláusulas pétreas) das leis de Deus. Nesse caso, a necessidade atual do planejamento familiar, e, consequentemente, do controle da natalidade, como também da abdicação da idéia de acúmulo de riquezas por parte das comunidades religiosas, são exemplos de mudanças urgentes para que os ensinamentos de Cristo possam ser colocados em prática. Se analisarmos a vida de João Paulo I, desde a sua infância até o papado, veremos que vários episódios de sua vida se encaixam nesses dois itens. Em primeiro lugar ele sofria por não ter uma solução para o seu irmão, o qual tinha uma família que crescia, enquanto ele era carente de recursos para sustentá-la, em segundo lugar, ele fundou uma cooperativa popular em Veneza, Itália, a qual foi absorvida pelo Banco do Vaticano sem sua participação. O caso deste profeta pode ser tão importante para comprovar as advertências de Cristo no Cap. 23 de Mateus: “Vocês são herdeiros do sangue dos profetas que seus pais mataram”, que o livro do autor inglês, David Yallop, intitulado “Em nome de Deus”, deixa claro que se não mataram João Paulo I, há uma farta documentação que mostra que a cúpula do Banco do Vaticano ficou aliviada com a sua morte.
        4) O livro “O que é Poder”, de Gerard Lebrun, nos ensina que podemos odiar o poder, mas nunca o subestimar. Isso significa que o poder do maligno exercido contra os seguidores de Cristo se revela como um emaranhado de ações, mescladas com todos os tipos de características, ou sejam, políticas, sociais, religiosas e culturais, analogamente ao que ocorreu na época de Cristo. Para nos opormos a esse poder sem subestimá-lo, devemos produzir uma união entre os participantes, e utilizar os meios que se dispõem na atualidade: internet, telefonia móvel etc, de modo que não fiquemos dependentes exclusivamente de templos para as nossas interações. Estudar a ciência política e social é fundamental para o inevitável enfrentamento com as situações desfavoráveis. Vemos, nesse particular, que as aglomerações farisaicas impedem seus adeptos (prosélitos) de se credenciarem nesses assuntos, o que comprova a necessidade de um novo agrupamento religioso, que, a exemplo de Cristo, seja independente para agir e se capacitar, sem infringir as “cláusulas pétreas” das leis de Deus. Esse comportamento nos garantirá uma vida de luta, que apesar das dificuldades e trabalhos, nos deixará portadores de uma felicidade inigualável, quando comparada com a vida passiva e obliterada pelas imposições do sistema dominante, com o qual os fariseus (por força da analogia), aqui e ali, são obrigados a se comprometerem.
          Enfim, é muito melhor ser discípulo de Cristo do que ser discípulo dos fariseus.







Notas

Lc 18, 9-14

            Observamos também que Cristo deu outros exemplos nos advertindo do fermento dos fariseus, senão vejamos os versículos de 9 a 14 do capítulo do Evangelho de São Lucas:

9 A alguns que confiavam em sua própria justiça e desprezavam os outros, Jesus contou esta parábola:
10 "Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu e o outro, publicano.
11 O fariseu, em pé, orava no íntimo: ‘Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens: ladrões, corruptos, adúlteros; nem mesmo como este publicano.
12 Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho’.
13 "Mas o publicano ficou à distância. Ele nem ousava olhar para o céu, mas batendo no peito, dizia: ‘Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador’.
14 "Eu lhes digo que este homem, e não o outro, foi para casa justificado diante de Deus. Pois quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado".


Lc 10, 29-32

            De forma semelhante, em Lc 10, 29-32, Cristo escolhe um sacerdote e um levita como maus exemplos:

29.Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: “E quem é o meu próximo?”
30.Jesus então contou: “Um homem descia de Jerusalém a Jericó, e caiu nas mãos de ladrões, que o despojaram; e depois de o terem maltratado com muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o meio morto.

31.Por acaso desceu pelo mesmo caminho um sacerdote, viu-o e passou adiante. 32.Igualmente um levita, chegando àquele lugar, viu-o e passou também adiante.